17 de novembro de 2008


Costumo odiar artistas lambidos em excesso pela imprensa ou parte dela. Eu odeio Mallu Magalhães. Não por ela ou pelas músicas em si (até gosto). Não consigo suportar o furdúncio que se faz sobre algo que não representa nada. Pior, o exagero de alguns críticos cria um efeito de público inacreditável, de tão sem sentido. O “efeito Mallu” expõe a mediocridade de parte de nossa imprensa musical e, principalmente, a acefalia da molecada, que consome qualquer coisa que tenha um “selo de qualidade” reconhecido. O mais engraçado é que eles se auto-intitulam independentes.

Uma coisa é resenhar um disco, levantar a bola de um artista ou até dar um espaço um pouco maior para algo em que se aposta. Mas qual o interesse em se dar capa de jornal, comercial, programa de televisão, textos semanais ininterruptos? Isso se deu com o CSS, com o Bonde do Rolê e Mallu é só a bola da vez. “Ah, mas os críticos europeus adoram eles e isso demonstra que eles são bons mesmo”. Isso só demonstra ainda mais a mediocridade das pessoas que se deixam levar por esse negócio que chamam de hype. Essa maldita palavra conseguiu transformar até Björk em símbolo máximo do refinamento musical, dá pra ter noção disso?

Sinceramente: você gosta de feijoada em lata? Não conheço ninguém que goste. Mas vende pra caramba, né? Pronta pra comer e não dá trabalho nem de procurar a receita. O que importa é encher a barriga, não é mesmo? Todos ficam contentes. O dono da fábrica, o cara que te vende isso como algo bom e você, um idiota que aceita que te enfiem qualquer coisa.


(Texto retirado do blog bifecomxuxu.blogspot.com )