18 de janeiro de 2009

LADRÕES

Ontem me livrei de um assalto, por pouco.
Sim, eu o evitei.(o 2° dessa semana)

Estava eu caminhando num sábado de manha, alias, de madrugada (para um sábado, qualquer horário antes das 15 é manha). Eram 8hrs e eu rumava para meu salão (isso já é história para outro post), vindo na minha direção, no ponto mais estranho de minha trajetória, dois mendigos, mas mendigos que tinham cara de ladrão.

Eu,na minha atitude mais manjada ,tentando passar uma tranquilidade que nao tinha,abri a boca de sono;

Quando não vem do coração o bocejo não é a mesma coisa e nem é tão prazeroso mas, pelo menos, serviu para meu propósito, logo,um deles disse: -Ai,essa ai não,tá caindo de sono,MAS TEM QUE TRABALHAR ,HAHAHAHHA. ¬¬'

Ok,tinha me safado,afinal,medo é o que eles querem,se você sente medo,pá! Já está entregue .E eu era como eles, ''trabalhadora'', e isso era legal no código de ética DAQUELES ladrões ( cada ladrão tem seu código de ética)

Até que me viro bem em situações que requerem pensamentos e atos ágeis.

Abrir a boca seria o mais correto, demonstraria que não possuía dinheiro ou nada de valor já que estava indiferente a eles , afinal, ninguém boceja quando nervoso ou depois de sacar 7 mil no banco,não é mesmo?

O bocejo requer tranquilidade,paz interior...sono..ou alguém bocejando do seu lado.

Esse negócio de se dar bem em assaltos vem dos genes,minha mãe por exemplo é o terror da marginalidade.

Certa vez,no carro foi abordada por um desses. Ele,com um caco de vidro esbravejava a todo instante :TENHO AIIIIDSSSS! passa a bolsa ou te passooo! (que troca an?)

Minha mãe ágil e ligeira como Lewis Hamilton não se fez de rogada, olhou para o banco ao lado e viu seu envelope gigante (daqueles que só médicos pedem,radiografias em geral) ele serviria,o levantou como um troféu e gritou tão quanto seus pulmões aguentaram :

-EU TAAAAAMBÉÉÉÉM TEEENHOOO AIDDDSSSSSSSSSSSSSSSSSS!

O ladrão,assustado e mentiroso,desconcertado com a situação, talvez tenha até se solidarizado com ela,afinal, ele não tinha droga de doença nenhum,a não ser o provável vício em cola e tinner..

Quase pude ver em seus olhos compaixão pela minha mãe...palavras amigas e de conforto viriam depois de ambas as partes e um abraço selaria o encontro...mas o sinal esverdeou e tudo que o pobre homem pode fazer foi soltar o seu olhar desolado para minha mãe e depois para o vazio...

Que sirva de lição para você leitor trombadinha,ladrão e marginal em geral,estamos cada vez com técnicas mais sofisticadas e arsenais muito mais dissimulados, lembre-se disso na próxima vez que for tentar algo.